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O modo de produção familiar do carnaval de curitibano: qualidade e performance na avenida

28/01/2010 Comentários desativados

Vanessa Maria Rodrigues Viacava
mestranda em antropologia social
Universidade Federal do Paraná

resumo As pesquisas realizadas ao longo de 2008 nos levaram a pensar o carnaval da cidade nos termos definidos por Victor Turner, como um drama social. Entre as narrativas acerca do carnaval curitibano nos chamou a atenção um recorrente assunto: o relacionamento das escolas de samba e a Fundação Cultural de Curitiba. Em diversas conversas os cartolas, bambas e foliões enfatizaram a falta de apoio da prefeitura e a ausência de uma infra-estrutura para o carnaval na cidade. As escolas não possuem barracões nem quadras de ensaio e Curitiba não tem sambódromo. Esses seriam os motivos para a baixa qualidade estética do carnaval de Curitiba e o pouco interesse da população local em prestigiar o evento na avenida Cândido de Abreu. A escassa verba cedida pela FCC para as escolas de samba promove uma organização bastante específica de se fazer carnaval: um modo de produção familiar. O estilo do carnaval curitibano pode ser definido como familiar e se contrapõe ao padrão carioca de carnaval-negócio. Para essa comunicação pensamos em apresentar os bastidores do carnaval curitibano de 2009 a partir de seu modo de produção familiar. Nossa preocupação se coloca na busca da qualidade estética e como essa qualidade pode significar qualificação do carnaval na cidade. Para tais questões, nos aproximamos das discussões de Turner & Schechner sobre as diferenças entre competência e performance.

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Carnaval curitibano: o “lugar” do popular na metrópole

28/01/2010 Comentários desativados

Caroline Glodes Blum
graduanda em ciências sociais
Universidade Federal do Paraná

resumo Através de uma pesquisa etnográfica, realizada desde 2008 nos espaços de barracão e ensaios das escolas de samba de Curitiba e região metropolitana, acompanhamos o período de preparação para o desfile do carnaval, observando as especificidades deste modo de produção carnavalesco: as escolas transitam entre um modo de produção “familiar” e “comunitário” em direção à uma intenção e primeiras iniciativas de “profissionalização”. Foi possível acompanhar as mediações culturais para a sua feitura e experiência popular, observando os processos internos de circulação de alguns profissionais entre as escolas de samba, constituindo “redes” produtivas, sociais e culturais, ao mesmo tempo em que se constroem. Tomamos o desfile das escolas como um exemplo dramático de uma festa popular na capital paranaense, que se multiplica em diversos discursos, criando uma “arena” de confrontos. Mostra-se muito produtivo pensar o carnaval como performance, ou, como uma prática que calcula o lugar olhado das coisas, apresentando-se não apenas como uma prática festiva e tradicional, mas principalmente “reflexiva” para os grupos populares e para observadores que pretendem interpretá-lo. O desfile carnavalesco propõe uma série de diálogos, internos e externos às escolas, com o Estado e com a “cidade”, na medida em que invade seu centro e toma conta da “arena pública/palco”, mesmo que por algumas horas, emergindo dramas sociais, que permeiam as relações e experiências cotidianas de seus membros.

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