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Archive for the ‘artes do espetáculo’ Category

programação [artes do espetáculo]

14/03/2010 Comentários desativados

manhã | 17.03

SESSÃO 1 [PERFORMANCE, LINGUAGEM E EXPERIÊNCIA]

Primeira dama ou coadjuvante? A antropologia da performance entre o palco e a coxia
Cauê Krüger

Lev S. Vygotsky (1896 – 1934) e o Teatro: Revelações
Edlúcia Robélia Oliveira de Barros

O ato-ação da performação
Larissa Ferreira

O público [em]cena e a subversão do “espetáculo”
Margarida Gandara Rauen

Rituais cotidianos no treinamento do ator: diálogos possíveis entre a metodologia de improvisação de Jean-Pierre Ryngaert e os estudos enunciativos do Círculo de Bakhtin
Jean Carlos Gonçalves

tarde | 17.03

SESSÃO 2 [CORPO, TÉCNICA E SOCIEDADE]

A teatralização das práticas corporais indígenas na contemporaneidade
Arthur Almeida

“África” e seus corpos: a performance como elaboradora do território negro
Ana Beatriz Almeida

O jogo dramático e o espaço marginal como forma de resistência. CITAC: estudo-caso de um grupo de teatro universitário em Portugal
Ricardo Seiça Salgado

O drama social e o rio de Muane
Denise Zenicola

Artes do corpo, artes da vida, artes da memória: o treinamento cênico na Cia de Theatro Fase 3
Jéssica Hiroko de Oliveira

Um espetáculo de violência na ponta do dedo: cortes e recortes de um gesto performático
Scott Head

manhã | 18.03

SESSÃO 3 [DANÇA E PERFORMANCE]

Performance do samba: Por uma dançologia do samba carioca
Claudia Ramalho; Luana Bezerra

Dança de salão dilatada: uma estética transcrita para cena
Suanne Souza Baena

“Ó Abre Alas…”: a construção da dramaturgia e a preparação do corpo carnavalesco para as performances da Comissão de Frente
Yaskara Manzini

Entre pedaços de algodão e bailarinas de porcelana: a performance artística do balé clássico como performance de gênero
Tatiana Mielczarski dos Santos

Rastros
Ary Coelho; Luisa Günther

tarde | 18.03

SESSÃO 4 [TEATRO E RITUAL]

O amor e a donzela no Teatro da Crueldade da Demanda do Santo Graal
Maria Cristina Brito

O «Teatro das orgias e dos mistérios» de Hermann Nitsch
André Silveira Lage

Ritual e crueldade nas artes do espetáculo: potencialidades de percepção-ação do corpo
Ricardo da Mata Barbosa

As Bacantes e Teatro Oficina: a paródia e o grotesco bakhitiniano
Maria Angélica Rodrigues de Sousa

Cena e contágio
José Tonezzi

Mais um “ir e vir” entre o teatro e a antropologia
Isabel Penoni

manhã | 19.03

SESSÃO 5 [PERFORMANCE E(M) ESPAÇO URBANO]

Performances urbanas como reinvenção do monumento Chafariz
Eloísa Brantes Mendes

Estado pirata: cotidiano e suspensão na prática de performances na rua
Maicyra Leão

Avesso ou Reverso: Registro-Performance?
Maíra Zenun; Luisa Günther

Teatro de rua: tradição e urbanidade
Renata Lemes; Renato Ferracini

Pode o tempo ter lugar no corpo do performer?
Gilberto Icle

Mujer salvaje – díptico I – Urbe
Vera Wilner; Florencia Aletta

tarde | 19.03

SESSÃO 6 [IMAGEM, PERFORMANCE E EXPERIÊNCIA]

O Espelho do Outro: o cinema, o espectador e as relações de alteridade na Trilogia das Cores de Krzystof Kieslowski
Bruna Nunes da Costa Triana

Experimente em si (mesmo) ou Descartável Você?
Cláudia Schulz; Luciana Hartmann

O palco nas lentes fotográficas: reflexões sobre a construção de narrativas por meio de fotografias de espetáculos teatrais
Francieli Rebelatto

O Cinema da Performance à Performatividade: o Caso do Festival Mix Brasil de Cinema e Vídeo da Diversidade Sexual
Marcos Aurélio da Silva

A performance na antropologia de Jean Rouch
Pedro Lopes

Teatro Goiano em imagens: o olhar de Cici Pinheiro
Belisa Monteiro Dias Ferreira

A criação do roteiro na performance do jogo teatral antropológico

28/01/2010 Comentários desativados

Iremar Maciel de Brito
doutor em Letras
Escola de Teatro | UNIRIO
Instuto de Letras | Universidade Estadual do Rio de Janeiro

resumo A criação de roteiros para performances teatrais tem sido um dos objetos da nossa pesquisa sobre o jogo teatral nos cursos de Graduação e Pós-Graduação da Escola de Teatro da UNIRIO. São performances de caráter antropológico, que discutem os personagens em suas relações humanas e sociais, através de jogos teatrais. A nossa proposta, portanto, pretende ser mais um caminho, entre outros, de criação de roteiros para a realização jogos teatrais performáticos, buscando discutir o homem e suas relações com o mundo. Neste trabalho, adaptamos ao jogo teatral o sistema universal da narrativa (sistema quinário), teorizado a partir de Propp, Todorov e Greimas, entre outros. O sistema quinário estabelece os cinco pontos básicos de qualquer sequência narrativa tradicional: 1) Situação inicial; 2) Força desequilibradora ou primeira peripécia; 3) Desenvolvimento; 4) Força equilibradora ou segunda peripécia); 5) Estado final. Entretanto, na nossa adaptação desse sistema para roteiros de performances antropológicas, trabalhamos com a desconstrução da tradicional sequência lógico-temporal, na busca de inusitadas possibilidades de seqüenciar um acontecimento ou uma história.

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Primeira dama ou coadjuvante? A antropologia da performance entre o palco e a coxia

28/01/2010 Comentários desativados

Cauê Krüger
mestre em antropologia social
NUARP | Universidade Federal do Paraná

resumo O conceito de performance tem sido cada vez mais utilizado pela teoria social contemporânea a medida em que Antropologia da Performance tem ganhado espaço e legitimidade no ambiente acadêmico. Apesar da definição de performance não ser consensual, a grande maioria das conceituações destaca a característica de um tipo particular de evento, mais destacado, estereotipado ou estilizado do que o fluxo da vida cotidiana. Desde as noções inaugurais de William Jansen, os eventos artísticos de John Cage, as noções de frame em Gregory Bateson e Erving Goffman, ou as contribuições de Victor Turner e seus seguidores, esta qualidade destacada da performance sempre esteve presente.

Heinich (2008) enumera três fases do processo de institucionalização da Sociologia da Arte, a primeira com ênfase no objeto, a segunda no contexto e a terceira como sendo uma inter-relação entre as abordagens. De forma semelhante, a antropologia da performance atualmente parece oscilar entre abordagens descontextualizadas e mecânicas que se contentam em analisar o fenômeno cênico e abordagens estritamente contextuais, que acabam relegando a performance para segundo plano. O presente artigo se propõe a uma reflexão teórica e metodológica sobre tal embate entre a performance e seu contexto, dando ênfase ao encaminhamento de descontextualização e recontextualização (Bauman; Briggs, 1990), bem como a dimensão da experiência (Turner, 1986) que permitem bem relacionar as manifestações expressivas e o mundo social.

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Lev S. Vygotsky (1896 – 1934) e o Teatro: Revelações

28/01/2010 Comentários desativados

Edlúcia Robélia Oliveira de Barros
graduada em pedagogia
graduanda em artes cênicas
Rede Goiana de Pesquisa Performances Culturais

resumo Este artigo apresenta os primeiros resultados do projeto de pesquisa em andamento, que tem como objeto os estudos do teatrólogo e psicólogo Lev S. Vygotsky (1896 – 1934), sobre a articulação do pensamento e da linguagem, que aborda, dentre outras, a questão relativa ao pensamento que se elabora por trás das palavras faladas ou do subtexto, presentes nas atividades humanas, algo que, segundo o autor, havia sido sistematizado anteriormente pelo teatrólogo Constantin Stanislavski (1865-1938), no seu trabalho com atores.

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O ato-ação da performação

28/01/2010 Comentários desativados

Larissa Ferreira
mestranda em artes
bolsista Capes
Universidade de Brasília

resumo Colocar em discussão os conceitos que definem a arte da performance é colocar-se em espaço de risco. Risco que presentifica-se no corpo daquele que a faz, mas também em sua prática de pensamento. Refletir sobre a performance-pensamento é colocar-se em espaço performático, arriscar-se em espaços que a primeira vista parecem improváveis, mas logo tornam-se possíveis pela potência carregada nos gestos. É partindo do universo do possível, e, portanto, virtual, por ser múltiplo em sua possibilidade de atualizar-se, que reclamamos por uma atualização do termo “performance”, a partir de uma re-apropriação brasileira. Debruçamo-nos sobre o corpo desta arte, a fim de formular termos-invenções que a enfatizem enquanto potência em devir. Esse trabalho constitui-se como documento inventivo, ao evocar os conceitos: performação, ato-ação e corpo em obra.

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O público [em]cena e a subversão do “espetáculo”

28/01/2010 Comentários desativados

Margarida Gandara Rauen
doutora em dramaturgia e encenação
Departamento de Arte-Educação | Universidade Estadual do Centro-Oeste

resumo A subversão do espetáculo-mercadoria foi sistematicamente praticada pelos situacionistas, numa relação direta com Guy Debord em seu livro A Sociedade do Espetáculo (1967). Consideradas as críticas feitas a Debord durante mais de quarenta anos de recepção de seus escritos, é paradoxal observar, nas artes cênicas, o atual fortalecimento de suas idéias, com o crescente interesse de performers e coletivos na inclusão do público como agente compositor da cena em eventos interativos. Analisados como ritual por Richard Schechner, cujo pensamento, na área de Artes no Brasil, se expandiu com Renato Cohen, essas práticas de performance e live-art sugerem tanto a rejeição radical da arte mercadoria, até as ações telemáticas que provocam movimentos de massa em vários países, simultaneamente. A Estética Relacional, proposta por Nicolas Bourriaud (Trad. Denise Bottmann, Martins, 2009) é uma das mais recentes abordagens da arte interativa. O objetivo de minha comunicação é considerar diferentes procedimentos e entendimentos de interatividade em eventos cênicos nos quais pessoas do público tornam-se agentes compositores no tempo real da cena. O trabalho é ilustrado com as práticas de artistas e coletivos diversos, incluindo processos criativos expostos no livro A interatividade, o controle da cena e o público como agente compositor, por mim organizado (EDUFBA, 2009).

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Rituais cotidianos no treinamento do ator: diálogos possíveis entre a metodologia de improvisação de Jean-Pierre Ryngaert e os estudos enunciativos do Círculo de Bakhtin

28/01/2010 Comentários desativados

Jean Carlos Gonçalves
doutorando em educação
Universidade Federal do Paraná

resumo Esse estudo analisa o discurso do teatrólogo Jean-Pierre Ryngaert sobre o ensino da improvisação, a partir do texto A pequena Música dos Rituais, no qual o autor relata algumas vivências em que utiliza os rituais cotidianos no treinamento do ator. A análise visa possibilitar um diálogo com os estudos do Círculo de Bakhtin, contribuindo para o campo das artes do espetáculo por meio de uma reflexão teórica advinda de discursos sobre a prática. Os primeiros olhares apontam para a improvisação teatral como um processo dialógico, que proporciona ao ator a liberdade criativa da autoria, pois no ato improvisado ele é o autor de seu próprio texto, de sua corporeidade e da cena. Quanto aos rituais cotidianos, Ryngaert defende a observação como ponto de partida para a criação, da mesma maneira que Bakhtin fala da identidade do ser constituída na relação com o outro. Por meio dos tantos diálogos possíveis entre os estudos teóricos e práticos, ainda urge refletir sobre o uso dos rituais como um jogo múltiplo de sentidos, que traz o detalhe e a minúcia para o foco da cena, como sinaliza Ryngaert, do mesmo modo que o Círculo de Bakhtin se refere às alterações minúsculas do ser como responsáveis pelo curso das situações comunicativas e das relações entre os sujeitos participantes de uma interação, que no caso analisado nesse estudo, é o ambiente de treinamento do ator.

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A teatralização das práticas corporais indígenas na contemporaneidade

28/01/2010 Comentários desativados

Arthur Almeida
doutorando em sociologia
Universidade de Brasília

 

resumo Com a intenção de contribuir com o conhecimento sobre o corpo, pretende-se construir uma leitura das práticas corporais indígenas – jogos e brincadeiras – como rituais na contemporaneidade. A compreensão que se adquire, a partir de autores como: Goffman, Tambiah, Taylor, Cavalcanti, Canclini e Bourdieu, é a de que no atual momento histórico o patrimônio cultural imaterial destes povos tem se constituído em ação performática no sentido de proporcionar uma intervenção estética e política no processo de interação com a sociedade não-indígena. Os fatos empíricos que serviram como fonte de observação das práticas corporais foram a IX e a X edições dos Jogos dos Povos Indígenas realizadas nos anos de 2007 e 2009, respectivamente. As práticas corporais apresentadas durante os eventos constituem um conjunto de expressões que são historicamente construídas e reconstruídas. Entende-se que a interação social fomenta relações onde os símbolos são criados, interpretados, compartilhados e alterados conforme interesses dos agentes envolvidos. Almeja-se, portanto, compreender como se dá a relação entre a ação de teatralizar o conjunto de manifestações corporais indígenas com o discurso político de seus agentes em um contexto interétnico. Tem-se como pressuposto a existência da ressignificação das práticas corporais indígenas à medida que o sentido/significado moderno de espetacularização se faz presente nos Jogos dos Povos Indígenas, engendrando diferentes formas de representação do mundo.

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“África” e seus corpos: a performance como elaboradora do território negro

28/01/2010 Comentários desativados

Ana Beatriz Almeida
graduanda em
Escola de Artes, Ciências e Humanidades | Universidade de São Paulo

 resumo Através da observação comparativa entre performances contemporâneas de artistas negros e rituais de matriz africana, constrói-se um quadro analítico das demandas expressivas dessa comunidade, tendo como foco a manisfestação corporal do que seria a territorialidade social negra. Ao analisar tal aspecto dentro da questão diaspórica, pretende-se ler nas construções performáticas uma possibilidade de mapeamento corpóreo do que seria esse lugar virtual. Observa-se o ritual e o artístico num paralelo local/global afim de confrontar as condições sociais que engendraram a primeira manifestação, com as demandas do mercado cultural que norteiam a segunda. Nesse movimento produz-se uma análise reflexiva sobre as dinâmicas e representações dessa população no tempo. Num jogo entre liminar e liminóide busca-se “histórias sobre a sociedade que ela conta a si mesma sobre o que foi esquecido”.

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O jogo dramático e o espaço marginal como forma de resistência. CITAC: estudo-caso de um grupo de teatro universitário em Portugal

28/01/2010 Comentários desativados

Ricardo Seiça Salgado
doutorando em antropologia
ISCTE | Instituto Universitário de Lisboa
Centro em Rede de Investigação em Antropologia

resumo O jogo dramático como território de técnicas da aprendizagem teatral pode constituir-se como oportunidade para a construção de um espaço potencial, em grupo, onde opera a criação teatral e com repercussões no modo de estar e ser no mundo social. Aqui, a retórica do jogo como construção do self na sua dimensão política, serve para dar conta desse espaço-potência, possível pela capacidade do jogo dramático permitir a construção de um espaço imaginário livre das forças coercivas, ou à margem delas, onde os significados podem emergir, fora das expectativas do poder opressivo que, por exemplo, um governo ditatorial impõe. Como nos sugere Deleuze, a partir de Artaud, a construção de um corpo sem órgãos necessita da destruição de um organismo, não dos órgãos, mas do organismo enquanto organização estruturada em vista de um qualquer fim empírico, como nos diz José Gil.
Através do teatro, e por via das várias dimensões teatrais, o CITAC, grupo de teatro universitário existente desde 1956, em Coimbra, é um exemplo que dá conta do tipo de espaço que o jogo dramático pode produzir perante condições sociais hostis, transferindo esse saber-fazer da sala de ensaio para a vida real, expressando a cidadania com e através da arte. Antes e depois da revolução de 1974 em Portugal, através do teatro, foram capazes de produzir um espaço marginal (experimentando novas formas teatrais) que radicaliza o processo de emancipação, ao criar uma lógica própria, um mundo possível, capaz de escapar à censura (na ditadura vigente durante o Estado Novo), ou à estratégia disciplinadora emergente na nova democracia destruindo, de certa forma, “o organismo”. Assim, argumenta-se que é por via de uma marginalidade sem centro que a emancipação, enquanto prática de resistência, pode acontecer.

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O drama social e o rio de Muane

28/01/2010 Comentários desativados

Denise Zenicola
doutora em artes cênicas
Núcleo de Estudos das Performances Afro-Ameríndias | Universidade Estadual do Rio de Janeiro

resumo A proposta deste artigo é estender um olhar sobre a arte performativa de duas cenas da peça teatral O Rio de Muane. Nestas percebe-se a presença das noções de performance e drama na ação e construção do corpo do ator, em sua relação cinestésica e teatral. O espetáculo apresenta performances do cotidiano urbano, do povo que ocupava as ruas do Rio de Janeiro, no século XIX, onde circulavam escravos de ganho, tigres, lavadeiras, marinheiros, entre outros. Homens e mulheres que nos seus afazeres diários foram construindo, com formas diversas e espetaculares, a cultura da cidade do Rio de Janeiro. O Rio de Muane faz parte do Projeto de pesquisa Tear-te, financiado pela FAPERJ.

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Artes do corpo, artes da vida, artes da memória: o treinamento cênico na Cia de Theatro Fase 3

28/01/2010 Comentários desativados

Jéssica Hiroko de Oliveira

resumo Nas práticas da Cia de Theatro Fase 3, companhia cujo elenco é formado, em sua maioria, por mulheres com mais de sessenta anos, o corpo não só é suporte para técnicas, ensaios e exercícios de treinamento cênico, mas também, extrapolando a dimensão técnica da interpretação, pode ser entendido como o elo que permite a construção de uma nova linguagem, na medida em que evidencia aspectos subjetivos e das experiências individuais que cada atriz traz e que se fundem na linguagem teatral.
Presentes na memória, estes elementos se mostraram essenciais para as relações tecidas entre cada uma e em relação à cia como um todo: é a partir da experiência em relação ao corpo e à vida que nascem as peças, o desejo de estar no grupo, de produzir espetáculos que demonstrem a beleza no quotidiano e no envelhecimento – etapa da vida comumente atrelada à decadência e feiúra –, e sobretudo, de quebrar a barreira entre o privado – comumente destinado às mulheres e idosos – e o público.
A reconstrução do corpo através do teatro passa a ser uma postura crítica de suas próprias vivências, ultrapassando o caráter individual e compondo uma linguagem teatral ímpar.
Este trabalho deriva da observação participante na oficina realizada pela Cia de Theatro Fase 3, para a montagem do espetáculo Nos Quintais de Quintana, onde se pôde acompanhar, além do processo de criação da peça, pelo diretor, o processo de treinamento cênico das atrizes – dentre as quais, imersa experimentalmente, a pesquisadora.

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Um espetáculo de violência na ponta do dedo: cortes e recortes de um gesto performático

28/01/2010 Comentários desativados

Scott Head
doutor em antropologia
GESTO | Universidade Federal de Santa Catarina

resumo No trabalho proposto, pretendo lidar com um sutil gesto performático que sintetiza o que antes era tido como um vasto espetáculo de violência. Este gesto, que se realiza no jogo ritualizado e luta dançada hoje conhecida como Capoeira Angola, sensivelmente reconecta o jogo a imagens históricas das gangues de capoeiras que uma vez aterrorizavam os pedestres ‘respeitáveis’ nas ruas da cidade do Rio de Janeiro: no caso, o gesto de cortar o pescoço do adversário com a ponta do dedo, como se fosse uma navalha – a arma preferida dos temidos capoeiras do passado. Fazendo uso da distinção de Diana Taylor (2003) entre ‘repertório’ e ‘arquivo’, ressalto a importância da forma sensível tomada por atos de rememoração, sejam estes gestuais, narrados, escritos e/ou imagéticos. No caso, longe de tratar o arquivo histórico como oferecendo uma representação mais ‘fiel’ à realidade histórica referida pelo gesto do corte no jogo da capoeira, trato ambos como formas distintas de apresentar, reinventar, e questionar a própria ‘realidade’ da violência (física e/ou simbólica) sendo retratada. Ao justapor ‘imagens’ do arquivo escrito com outras do repertório gestual da capoeira, busco ressaltar a ambivalência contida nas frestas entre corpo e signo, entre um ato lúdico e um espetáculo da violência, e entre a materialização performática de um certo imaginário social e a figuração ‘imagética’ da própria história.

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Performance do samba: Por uma dançologia do samba carioca

28/01/2010 Comentários desativados

Claudia Ramalho; Luana Bezerra
bailarinas-pesquisadoras
Cia. Arquitetura do Movimento

resumo O samba carioca no ano de 2007 recebe pela UNESCO o reconhecimento de Patrimônio Imaterial da Humanidade, efetuado através da elaboração do documento denominado Dossiê das Matrizes do samba no Rio de Janeiro. No mesmo ano, a Cia. Arquitetura do Movimento dirigida por Andrea Jabor, inicia o desenvolvimento da pesquisa sobre a dança do samba, suas matrizes e o cruzamento com a dança contemporânea, montando os espetáculos – “Sala de estar: As cinco peles do samba” (2007) e “Ao samba: a cruz, o xis e o esplendor” (2009). Em 2009, a Cia é congratulada com o prêmio de manutenção, pesquisa e intercâmbio da Secretaria Estadual de Cultura do Rio de Janeiro, estabelecendo aproximações, através de pesquisa de campo, com a dança(s), seus atores em seus territórios, selecionados com base no Dossiê. Enquanto bailarinas-pesquisadoras a relação aproximada com os territórios – espaços depositários da tradição do samba nas vertentes samba-de-terreiro, samba-enredo e partido-alto, foi de suma importância para (re)construção e dilatação enquanto intérpretes, e conseqüentes performances. Por fim, o presente trabalho visa apresentar os principais pontos da pesquisa de campo, bem como, a dançologia do samba e suas matrizes.

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Dança de salão dilatada: uma estética transcrita para cena

28/01/2010 Comentários desativados

Suanne Souza Baena
licenciada e graduanda em dança
Escola de Teatro e Dança | Universidade Federal do Pará

resumo Esse artigo trata da contextualização da idéia de uma estética diferenciada sobre a dança de salão que é feita como entretenimento da que é levada para a cena com o caráter artístico profissional. A busca pela diferenciação perpassa pela criação de uma nova vertente para a dança a dois. Alguns profissionais da área da dança de salão no Brasil já fazem esse trabalho, e acabam tendo como resultado o nascimento de novas técnicas para o fazer dessa dança. Para melhor ilustrar essa idéia, tomo como exemplo o trabalho artístico do professor de dança de salão Jomar Mesquita, o qual entrevistei sobre o processo de criação que ele utiliza, também faço uma breve definição sobre a estética “padrão” da dança de salão, e para obter um apanhado teórico utilizo pensamentos de pesquisadores que falam sobre a estética e a técnica na dança. Através deste artigo pretendo expor a importância da separação entre a dança com uma forma “padrão”, da dança de salão com o formato artístico-espetacular.

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“Ó Abre Alas…”: a construção da dramaturgia e a preparação do corpo carnavalesco para as performances da Comissão de Frente

28/01/2010 Comentários desativados

Yaskara Manzini
doutoranda em artes cênicas
Programa de Pós-graduação em Artes | Instituto de Artes | Universidade Estadual de Campinas

resumo Inúmeros trabalhos foram escritos sobre o carnaval brasileiro, entretanto, poucos pesquisadores dedicaram-se a estudar a dramaturgia nos desfiles das escolas de samba e a preparação do corpo do folião para a performance carnavalesca.
Apesar de existirem aproximações entre as artes cênicas e o desfile carnavalesco, conceitos e modos de operação pertinentes as artes do palco são re-elaborados e re-conceituados nas escolas de samba.
O propósito desta comunicação é refletir sobre a construção de dramaturgias e preparação corporal dos componentes da Comissão de Frente, da escola de samba Camisa Verde e Branco, a partir do adentramento da artista-pesquisadora nesta comunidade, em 2001.
A dramaturgia para a construção de performances da ala, nesta escola, dá-se a partir de colagens, cujo suporte é o enredo da escola, seguido por outras camadas como detalhamento do que a ala representa, o samba enredo escolhido e a maneira de cantar o mesmo. Desta forma, a preparação corporal é criada, re-inventada de maneira que dialogue com a criação dramatúrgica. Outrossim, há de se considerar que, no caso específico da Camisa Verde e Branco, o folião que compõe a ala é gente comum, pertencente à comunidade, sem aproximação com as artes cênicas, para os quais o desfile é festa, alegria, mas principalmente, responsabilidade (pela nota) e amor ao Pavilhão.

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Entre pedaços de algodão e bailarinas de porcelana: a performance artística do balé clássico como performance de gênero

28/01/2010 Comentários desativados

Tatiana Mielczarski dos Santos
mestre em educação
Universidade Federal do Rio Grande do Sul

resumo O objetivo desta pesquisa é analisar de que modos a performance artística do balé, que compreende uma série de práticas e significados que lhe conferem sentido, converte-se em performance de gênero, ou seja, estiliza o corpo, repercute na aparência e no comportamento de quem dança, produzindo e reproduzindo maneiras específicas de se viver a masculinidade e a feminilidade. O material empírico foi constituído a partir de entrevistas realizadas com dois grupos de crianças que participam de aulas desse estilo de dança em Porto Alegre. Para a realização da análise, foram utilizados como referenciais teóricos o conceito de performance de Richard Schechner, entre outras contribuições dos Estudos da Performance, bem como alguns referenciais dos Estudos de Gênero e de autores que tratam da história, cultura e pedagogia do balé clássico. As análises foram organizadas em quatro eixos que dizem respeito: 1) à performance do balé; 2) à infância performatizada; 3) às performances do feminino na dança clássica; 4) às discussões deflagradas por meio da observação de imagens relativas ao universo da dança e ao universo infantil estereotipado. A partir dos relatos das crianças, verificou-se que dançar balé (pode) significa(r) dar-se a ver bela e feminina, e que o aprendizado da dança se caracteriza como aprendizado de ser menina. Dessa forma, a rigidez na delimitação de um modo de se viver a masculinidade e a feminilidade pode tanto afastar os meninos da dança, quanto aproximar as meninas ao balé. 

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Rastros

28/01/2010 Comentários desativados

Ary Coelho
graduando em
TRANSE | Universidade de Brasília

resumo A intenção é promover um encontro entre a dança contemporânea e a pintura. Nesta busca e pesquisa, duas linguagens aparentemente díspares levantam dúvidas e questões, entrando numa atmosfera de performance e reflexão. Com movimentos esquematizados, o registro de suas dúvidas e reflexões são constituídas no espaço, a partir de movimentos em constante transformação: são ações cotidianas do corpo transfiguradas para a linguagem poética da dança e da pintura simultaneamente dando um ritmo coreográfico composto com liberdade de improvisação, mesmo tendo uma estrutura pré-elaborada. O processo criativo é visibilizado ao público presente na dança em seus movimentos e na pintura como ocupação do espaço. Os movimentos de ambos performers se transmutam em campos de sensibilidade na qual os movimentos articulados se misturam no desafio no desejo da criação, para ter sentido, fazer sentido.

 

Luisa Günther
doutoranda em sociologia
Instituto de Artes, Departamento de Artes Visuais | Universidade de Brasília
TRANSE | Universidade de Brasília

resumo Rastros podem ser compreendidos enquanto marcas ou registros. São possibilidades de permanência de algo que já não está mais aonde deveria. As coisas, as pessoas e suas ações, se estendem, se confundem, se emancipam de si mesmas e seguem seu próprio rumo. Seguem adiante ao mesmo tempo em que deixam em torno de si algumas evidências de que estiveram por ali. Afinal, para onde vão os movimentos de uma ação que se transforma em outra? As coreografias são rastros de movimentos que deixaram de ser para se tornarem outros movimentos? Movimentos são marcações para o corpo? Será que o corpo carrega consigo as marcas dos lugares por onde esteve ou dos espaços que já ocupou? A escolha do movimento pode ser a busca de um limite entre a ação e a mesmice, entre uma linguagem e outra. De qualquer forma, movimentos marcam, demarcam e ocupam espaços. Neste contexto o corpo é apenas um desses espaços que marca e é marcado. O corpo, aos poucos, deixa rastros. Deixa extensões de si mesmo em outras materialidades: em suor, em gestos, em respiração.

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O amor e a donzela no Teatro da Crueldade da Demanda do Santo Graal

28/01/2010 Comentários desativados

Maria Cristina Brito
doutora em letras [literatura comparada]
Departamento de Interpretação | Escola de Teatro | UNIRIO

resumo O estudo de “O amor e a donzela no Teatro da Crueldade da Demanda do Santo Graal” trata-se de uma pesquisa teórica e cênica desenvolvida no universo da novela de cavalaria do ciclo arturiano “A Demanda do Santo Graal”, que tem como objetivo o desvelamento da atualização desta obra, tendo em vista a teatralidade nela presente. Nesta perspectiva, partimos do conceito de teatralidade concebido por Antonin Artaud em sua poética “O Tetro e seu duplo”, onde através do mito do duplo, buscamos chegar ao teatro da crueldade concebido por Artaud e que se encena na novela arturiana. Para nossos estudos foi privilegiado um episodio da novela que trata do surgimento do amor na alma feminina, na filha do rei Brutos. Apaixonada por Galaaz, o cavaleiro perfeito, assinalado para encontrar o Graal, a filha do rei se divide no conflito de guardar esse amor para si mesma ou tentar realizá-lo revelando-o para o ser amado. Neste embate a flha do rei contracena com duplos de sua personalidade que se atualizam em personagens reveladores da mentalidade do contexto medieval em que está inserida, como a sua ama, com os valores do reino, e Galaaz, o seu objeto amoroso, com os valores da cavalaria. Nesse contexto a sua demanda de amor se confunde com a demanda do Graal fazendo do mito do duplo, a essencia da sua busca revelada no sentimento amoroso.

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O «Teatro das orgias e dos mistérios» de Hermann Nitsch

28/01/2010 Comentários desativados

André Silveira Lage
doutor em literatura francesa
bolsista FAPESP [pós-doutorado]
Departamento de Artes Cênicas| Escola de Comunicações e Artes | Universidade de São Paulo

 

resumo Este artigo pretende apresentar as características principais do « Teatro das orgias e dos mistérios » de Hermann Nitsch, suas origens estéticas e suas implicações históricas, artísticas e filosóficas no contexto da arte austríaca do pós-guerra. Mostrarei o papel determinante do artista na Áustria, “o país da cultura, da mais modernista, de Schönberg a Karl Krauss, de Mach a Wittgenstein, de Freud a Schnitzler, mas também a terra de Hitler” (ONFRAY, 1998, p. 58), bem como as contribuições de suas “Aktions” – termo da língua alemã que denomina a arte da performance dos anos 70 e 80 – na elaboração de um novo conceito de arte, paltado, entre tantos aspectos, na reconciliação da arte e da vida, na releitura dos mistérios da paixão da idade média, nas procissões católicas, na sensualidade espontânea das festas populares, nas formas demoníacas dos velhos ritos de redenção e de fertilidade, na catarsis das grandes festas greco-romanas, ou ainda, num « outro uso estético e ético da carne » – que é um rito performático de esquartejamento e de evisceração da carne animal, um rito sanguinário, dionisíaco, catártico, cruel.

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Ritual e crueldade nas artes do espetáculo: potencialidades de percepção-ação do corpo

28/01/2010 Comentários desativados

Ricardo da Mata Barbosa
graduado em história
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
Rodrigo dos Santos Monteiro
graduando em comunicação das artes do corpo
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

resumo A proposta de um teatro ritual, a qual Antonin Artaud dedicou grande parte de sua vida, quando voltada para as artes do espetáculo contemporâneas, permite que sejam feitas aproximações do seu conceito de crueldade com os atuais entendimentos das performances corporais. Crueldade, aqui, expandida dos termos que se voltam para o sofrimento físico ou psicológico, para um campo onde a percepção, entrelaçada com a experiência artística, é um ato potencial da transformação do ser.

Contemporaneamente, devido aos avanços teóricos sobre os estudos do corpo artista – corpo que ultrapassa os domínios da representação e promove (auto) transformação a partir da ação, do ato de perfomar – pode-se dizer que a herança do teatro artaudiano para a produção de espetáculos cênicos contemporâneos, quando embebidos da crueldade, volta-se para a potência que estes trabalhos têm de promover não uma cartase aristotélica, mas uma ressignificação de sentidos para o artista e o espectador. As mudanças ocasionadas vão desde o cognitivo individual de cada um, até a valorização em outros âmbitos da união coletiva.

O espetáculo como um ato performático, e também como um ritual, necessita da relação entre artistas e público para que se desenvolva como tal. Desta forma, o ritual acontece a partir do momento em que, tanto artistas, quanto os não-artistas, se fundem em um acontecimento (happening) visando outras possibilidades de vida em um terreno ainda escuro.

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As Bacantes e Teatro Oficina: a paródia e o grotesco bakhitiniano

28/01/2010 Comentários desativados

Maria Angélica Rodrigues de Sousa
graduada em ciências sociais [antropologia]

resumo Capturar e esmiuçar o uso do grotesco e da paródia bakhtiniana na montagem de As Bacantes, de Eurípides, pelo grupo paulistano Oficina, é uma das principais propostas do trabalho aqui apresentado. Buscar-se-á articular as impressões colhidas da experiência em campo – composta pela análise de ensaios, imagens e apresentações – ao conceito de carnavalização de Bakhtin, assim como às problemáticas teóricas da análise da performance e do teatro ritual. A intenção é ponderar sobre a performance do grotesco na concepção montada pelo grupo, e articulá-las ao uso antropológico destes conceitos, buscando esmiuçar a relação entre performance, etnografia e teoria.

A nudez presente na obra será utilizada para pensar o corpo como lugar do realismo grotesco, distinguindo o grotesco ambivalente, utilizado neste caso por comportar também um sentido positivo que expressa a idéia de comunhão e regeneração, do grotesco satírico, de função denegridora, como descrita por Bakhtin, também presente na montagem. Ambos os tipos grotesco são tomados como reforços da estilização paródica das falas e corpos dos atores do grupo. Em conclusão, o trabalho pensa as paródias e formas carnavalescas bakhtinianas em diálogo com os conceitos de liminaridade e liminóide de Victor Turner, por suas semelhanças no que se refere ao estranhamento e a suspensão do fluxo normal da vida cotidiana e dos processos centrais de produção simbólica.

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Cena e contágio

28/01/2010 Comentários desativados

José Tonezzi
doutor em teatro
Departamento de Artes Cênicas | Universidade Federal da Paraíba

resumo Guiada pela compreensão de processos históricos e estéticos que compõem a relação e a percepção social dos distúrbios do corpo e da mente humana, a presente reflexão se configura em torno da contribuição trazida pelas disfunções do corpo e do comportamento para o processo de criação teatral e de experiência estética. Longe de significar uma prática de inclusão, de tolerância ou de compaixão para com excluídos sociais, a contaminação aqui diz respeito a uma prática que incide no trabalho de grupos e encenadores do teatro contemporâneo, como Pippo Delbono (Itália) e Robert Wilson (Estados Unidos). A reflexão identifica o momento de aproximação entre a atividade teatral e os distúrbios de ordem física e mental, concluindo que, embora atingindo sua maturidade bem recentemente, a apropriação cênica das anomalias tem suas origem nas exibições de feira do séc. XVIII, desenvolvendo-se nos entre-sorts e nos freak shows do séc. XIX, para se estabelecer efetivamente com o advento de movimentos artísticos, como a body art e a performance, no correr do séc. XX. O trabalho é fruto de pesquisa desenvolvida junto ao Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).

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Mais um “ir e vir” entre o teatro e a antropologia

28/01/2010 Comentários desativados

Isabel Penoni
mestranda em antropologia social
Museu Nacional | Universidade Federal do Rio de Janeiro

resumo Em Memory, reflexivity and belief, Carlo Severi faz uma distinção entre os tipos de ficção que se estabelecem no teatro e no ritual. O presente trabalho é uma tentativa de colocar em questão a hipótese do autor, ou, ao menos, de complexificá-la. Através de uma breve incursão por exemplos da cena ficcional contemporânea, assim como pela teoria da performance de Victor Turner e a filosofia teatral de Jerzy Grotowski, pretendo explorar a idéia de que no teatro, tal como Severi postulou a respeito do ritual, o que está em jogo é uma “enunciação complexa”. Especialmente quando se leva em conta que o “universo de verdade” do ator – de memórias e associações pessoais – é fator inerente à sua construção. Tal proposição me permitirá, por fim, formular certas perguntas, entre elas, se a mobilização de um “universo íntimo de verdade” também faria algum sentido para a construção de enunciadores rituais? De frente para essas questões, tentarei ainda esboçar algumas respostas, baseando-me nos resultados do meu trabalho de campo, realizado entre julho e agosto de 2009 na aldeia Kuikuro de Iptase (Alto Xingu, MT) – período em que aconteceu nessa localidade o ritual do Jawari, prestigioso ritual inter-tribal xinguano.

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Performances urbanas como reinvenção do monumento Chafariz

28/01/2010 Comentários desativados

Eloísa Brantes Mendes
doutora em artes cênicas
Instituto de Artes | Universidade Estadual do Rio de Janeiro

resumo No processo de urbanização do Rio de Janeiro, os Chafarizes barrocos (séc. XVIII), com a função vital de distribuir água para população, eram os principais pontos de sociabilidade da vida urbana, além das igrejas e dos mercados. Atualmente o estado de secura do Chafariz da Glória, assim como dos outros Chafarizes barrocos, é representativo do processo de privatização da água que, no final do séc. XIX, foi canalizada para dentro das casas. Hoje o Chafariz da Glória, que integra a memória da cidade, tem seu campo de visibilidade inexistente enquanto Chafariz. A sua falta de água torna o monumento indefinido e também revela modos contemporâneos de sociabilidade da vida urbana.
As interferências visuais (pixação), os usos cotidianos (mercado informal), a política de segurança pública (grades) e, num outro plano, a performance artística Baldeação (Intervenção Urbana, realizada pelo Coletivo Líquida Ação) estabelecem diversas formas de comunicação entre o Chafariz da Glória (1772) e a vida urbana cotidiana.
As performances, enquanto diferentes modos de interferência no monumento Chafariz seco (do grafiteiro, do vendedor, da segurança pública) ativam o monumento Chafariz na medida em que promovem outras formas de sociabilidade. A partir do conceito de arte contextual (Paul Ardenne), esta comunicação traça uma leitura da performance/Intervenção Urbana como meio de espetacularização do cotidiano, encarando a cidade como campo ampliado da arte.

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Estado pirata: cotidiano e suspensão na prática de performances na rua

28/01/2010 Comentários desativados

Maicyra Leão
mestre em arte contemporânea
Universidade Federal de Sergipe

resumo A partir da compreensão da Rua como ambiente público capaz de promover encontros de sutilezas e sinceridades, o texto elege a performance como mediador artístico que viabiliza sensorialmente a afetação de subjectos e sujeitos sociais, super-orientados esteticamente, que tornam-se autores de fatos e atos capazes de “roubá-los” de sua dimensão cotidiana.

O texto aborda ainda a questão da constituição do espaço, a partir das fronteiras e limites com seu entorno, buscando compreender como se configura o espaço da rua e como este se relaciona com o acontecimento efêmero da performance. Para tanto, partindo de investidas práticas, busca apontar alguns aspectos relevantes do acontecimento performático e a forma como esse se molda e é permeado pelo transeunte/habitante, que compõe o espaço público.

As intervenções artísticas são também contrapontos em relação ao espaço, tempo e movimento da cidade. Um corpo estranho que desvenda e ativa outros espaços de significados e memórias. Ela é realocada em um outro ambiente contextual onde o foco das pessoas que o configuram é disperso e desprovido de uma percepção “educada” para a arte.

Como ações norteadoras, apresentarei imagens e relatos de ações performáticas como “Experimentos Gramíneos”, “Afora”, “Zona de Confronto”, “Paulistanos” e “Cama”.

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Avesso ou Reverso: Registro-Performance?

28/01/2010 Comentários desativados

Maíra Zenun
mestre em sociologia
TRANSE | Universidade de Brasília
Luisa Günther
doutoranda em sociologia
Instituto de Artes, Departamento de Artes Visuais | Universidade de Brasília
TRANSE | Universidade de Brasília

resumo Serão desenvolvidas reflexões sobre “um troço pelo seu troco” (2009) registro de uma performance realizada com o intuito de questionar a estrutura de estratificação social do mercado de trabalho. Realizada enquanto intervenção crítica na realidade urbana, esta performance ocorre nos intervalos de um semáforo das ruas do centro de Brasília. Uma pessoa de tubinho preto e salto alto pede dinheiro aos motoristas enquanto remexe um copo de alumínio com moedas e exibe uma pintura emoldurada em dourado. Enquanto isso acontece, outra pessoa a filma a tira-colo escolhendo sua interlocutora principal entre outros possíveis. Ao equiparar o artista ao pedinte que mendiga esmolas esta performance questiona o valor da arte e do artista na sociedade. No entanto, ao apresentar esta ação sendo filmada esta performance toma uma dimensão mais irônica pela espetacularização de algo que os motoristas se esforçam em não ver. O fingimento incomodado é escancarado aos próprios olhos. É permitido não olhar aquilo que te encara? É o embaraçoso que embaraça a visão? Quem olha quer enxergar? … mas ninguém olha.

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Teatro de rua: tradição e urbanidade

28/01/2010 Comentários desativados

Renata Lemes
mestranda em artes
Instituto de Artes | Universidade Estadual de Campinas
Renato Ferracini

resumo O presente trabalho propõe discutir o teatro de rua como uma manifestação artística que apresenta aspectos de uma teatralidade que é ao mesmo tempo marcada pela territorialidade, identidade e tradição como também se elabora por meio de uma ação móvel, fluida e desterritorializada, atravessada pela urbanidade nas grandes metrópoles. O uso dos espaços públicos de ruas e praças pela manifestação teatral recompõe vínculos sociais e permite criar espaços de pertencimento entre o homem urbano e a cidade. Historicamente o teatro de rua sempre esteve á margem da produção teatral que figurava nos espaços ditos “oficiais”. Desta maneira, tomou para si um modo próprio de existência ligado á “resistência” tanto política quanto estética, revelando traços de uma sociedade desigual, na qual a participação ao espaço público tornou-se um privilégio privado, restando à maioria da população um aspecto cruel da urbanidade: não participar e não pertencer. Com o crescimento das grandes cidades, o teatro de rua se reinventa entre formas populares tradicionais e a face da metrópole contemporânea, experimentando no espaço urbano um novo sentido de pertencimento, daquilo que atravessa o campo da memória, imaginário de um povo e do território ao qual paradoxalmente pertencemos: a cidade.

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Pode o tempo ter lugar no corpo do performer?

28/01/2010 Comentários desativados

Gilberto Icle
doutor em educação
Universidade Federal do Rio Grande do Sul

resumo Este trabalho procura evidenciar, por intermédio dos Estudos da Presença, como o tempo se materializa, se corporifica, no trabalho do performer. Para tanto, descreve-se o trabalho de criação do grupo gaúcho Usina do Trabalho do Ator em suas produções de teatro de rua. São discutidas três dimensões distintas e solidárias de tempo: 1) um illud tempus, tempo originário das narrativas populares, donde provém imagens e figuras para a criação; 2) um tempo poiético, no qual o trabalho meticuloso faz uma articulação entre tempo e espaço, corporificando a experiência do performer de maneira coletiva; e, 3) um tempo corporificado, dimensão na qual tempo e espaço se confundem, tranbordando a ideia de tempo como mera duração. Assim, torna-se visível a experiência da presença, como dimensão e efeito do trabalho artesanal de contornar, burlar os significados, circunscrevendo no corpo do performer e do público um tempo-presença. O trabalho toma como aporte teorizações diversas dentre as quais Foucault, Gumbrecht, Schechner e Pradier.

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Mujer salvaje – díptico I – Urbe

28/01/2010 Comentários desativados

Vera Wilner
Florencia Aletta

resumo Este poster ou gigantigrafia devém de um projeto aonde o conceito e a imagem se conjugam para criar uma situaçao psicológica densa e intensa. Trata-se do mito da mulher selvagem arquetípico ( la huesera, a loba , a selvagem) baseado no livro: Mulheres que correm com os lobos – Carisa Pinkola Estés). O projeto nasce da inquietude de Vera Wilner e Florencia Aletta sobre a mulher. Na realidade foi realizado com uma filmaçao e uma sessao de fotos. A protagonista (Vera Wilner) transita por diferentes instancias físicas e piscólogicas que se refletem nas imagens na sua totalidade (fílmicas e fotográficas). Esta mulher procura o mais instintivo que existe na sua femenilidade – “o selvagem”. Como todo o processo de realizaçao desta filmagem e fotos representa a mulher selvagem na urbe, este personagem desperta ao reconhecimento de seu ser mulher, procura reconhecer-se. Encontra e nao encontra o que seu ser, seu corpo poderiam sentir como o prazer de uma femea. Deste ponto adiante sua desesperaçao cresce em busca do seu ser mais primitivo, nos instintos das mulheres e das lobas: o prazer em seu ser, seu corpo, sua existencia. Como o prazer desta mulher nao pode ser totalmente encontrado pelo fato de estar numa urbe. Lamenta-se até um grito de desesperaçao. Se perde neste prazer-nao prazer, gira num espaço tosco, abrumador e perdendo a cabeça em voltas e giros deste espaço a encontrar!!!! Decide por fim fazer o único que para ela é possivel neste momento: o salto ao vazio.

O Espelho do Outro: o cinema, o espectador e as relações de alteridade na Trilogia das Cores de Krzystof Kieslowski

28/01/2010 Comentários desativados

Bruna Nunes da Costa Triana
graduanda em ciências sociais
Universidade Estadual de Londrina

resumo Partindo da observação de Geertz de que a arte é um componente essencial da vida, e adotando o cinema como campo de pesquisa, passível de observação e interpretação, o objetivo deste trabalho é analisar a especificidade da relação entre cinema e sociedade, pensando os filmes como produtos culturais que criam, constroem e fazem circular representações, traços culturais, valores. Para isso, pressupomos, como Souriau, que as imagens projetadas acompanham o espectador mesmo depois que o filme acaba, marcando-o em lembraças e modelando seu comportamento, seus gestos e suas idéias. Deste modo, tomando o cinema, sobretudo, como uma arte do espetáculo, buscamos refletir acerca do alcance global das imagens cinematográficas, seus mecanismos de produção, circulação e consumo como mercadorias visuais; preocupando-nos, como Walter Benjamin, com a experiência, com a arte de contar e de transmitir conhecimentos, uma vez que os filmes se transformaram nos grandes veículos de construção e divulgação de imaginários, conceitos, valores e significados. Portanto, nossa abordagem privilegia a Antropologia para analisar a experiência cinematográfica, tentando perceber, como o fez Morin, de que forma o cinema, e em particular os três filmes da Trilogia das Cores de Krzystof Kieslowski, através dos processos de projeção-identificação dos espectadores com as imagens, narra e constrói a imagem do Outro e, ainda, quais as relações de alteridade que ele engendra com o Outro e com o mundo.

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Experimente em si (mesmo) ou Descartável Você?

28/01/2010 Comentários desativados

Cláudia Schulz
mestranda em artes visuais
Universidade Federal de Santa Maria
Luciana Hartmann
doutora em antropologia social
Universidade Federal de Santa Maria

resumo Experimente em si (mesmo) ou Descartável Você? É um artigo desenvolvido a partir de reflexões sobre o processo de criação e execução da série – composta por três web performances – Dramaturgia da Carne. Na série, o corpo em performance é expandido por meio da transmissão ao vivo das ações performáticas, ampliando e (re)dimensionando o próprio conceito de arte feita ‘ao vivo’, bem como instigando a audiência on-line à interação como forma de co-autoria na construção da dramaturgia do corpo. A partir do encontro entre os corpos proporcionados pelo corpo em performance virtualizado, a experiência resultante desse momento único passa a ser compreendida como uma ação em si mesma, capaz de gerar novos corpos, tanto dos que executam a ação performática quanto dos que são afetados por ela. Assim, a arte da performance desencadeia um processo de trans-formação, anunciando a potencialidade que o corpo tem de ser um sistema relacional aberto, suscetível e cambiante. Para embasar teoricamente essas reflexões teço um diálogo com Richard Schchener, Victor Turner, Le Breton, Pierre Lévy e Eleonora Fabião no intuito de ampliar o conceito de corpo em performance no contexto contemporâneo.

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O palco nas lentes fotográficas: reflexões sobre a construção de narrativas por meio de fotografias de espetáculos teatrais

28/01/2010 Comentários desativados

Francieli Rebelatto
mestranda em ciências sociais
Universidade Federal de Santa Maria

resumo Fotografar espetáculos teatrais foi a maneira como me reencontrei com o teatro, com o palco, e com visões sobre como ser ator e construir narrativas significativas de um texto dramatúrgico. A lente fotográfica é o palco que escolhi para entender a performance de atores, seu envolvimento com o espaço cênico e assim constituir um lugar de construção de novos significados, uma possível leitura sobre o espetáculo que está sendo encenado. Neste sentido, este trabalho se propõe a uma reflexão de como por meio da fotografia – da construção de narrativas fotográficas – os recursos técnicos e conceituais da imagem vem ao encontro do registro do “fazer teatral”. Por meio de procedimentos técnicos da fotografia e da escolha de determinados enquadramentos se constitui um “novo olhar” sobre o espetáculo, assim, outro espaço de enunciação, contido no quadrado fotográfico, é revelado. Além disso, a máquina fotográfica mais do que registrar, recriar, muitas vezes entra no jogo do próprio espetáculo teatral, dialogando com o ator e com sua proposta artística.

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O Cinema da Performance à Performatividade: o Caso do Festival Mix Brasil de Cinema e Vídeo da Diversidade Sexual

28/01/2010 Comentários desativados

Marcos Aurélio da Silva
doutorando em Antropologia
Universidade Federal de Santa Catarina

resumo Aplicar os estudos de performance ao cinema em geral e, particularmente, a um festival de cinema é bastante tentador do ponto de vista das possibilidades que esse campo teórico oferece. O cinema possui todos os elementos rituais da performance (TURNER, 1974 e 1987) e mesmo desdobramentos teóricos mais voltados para a etnografia da fala (BAUMAN, 1977) ou para a performatividade (BUTLER, 1993) são de grande valia nesse percurso etnográfico e teórico. Através da observação de performances e performatividades localizadas no Festival Mix Brasil de Cinema e Vídeo da Diversidade Sexual, realizado anualmente em São Paulo, este trabalho pretende uma discussão das possíveis inter-relações entre os conceitos de performance situados na antropologia e o conceito de performatividade em debate na filosofia contemporânea e na teoria feminista pós-estrutural. Ou seja, ao se buscar uma antropologia da performance de um festival de cinema como o Mix Brasil, voltado para a diversidade sexual, pretende-se o alargamento do conceito antropológico de performance cultural, no sentido de incluir aí uma preocupação com a performatividade, ao mesmo tempo em que é possível oferecer novos elementos aos estudos de comunicação. No que se refere à Antropologia da Comunicação ou do Cinema, vislumbra-se aqui a possibilidade de alargamento dessas áreas com a inserção das teorias da performance, um campo ainda pouco explorado nos estudos dos meios de comunicação.

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A performance na antropologia de Jean Rouch

28/01/2010 Comentários desativados

Pedro Lopes
graduando em ciências sociais
Universidade de São Paulo

resumo O objetivo desta pesquisa é analisar a obra de Jean Rouch em seu caráter performático, partindo do que Geertz chamou de analogia do drama. Sugere-se aqui pensar, à semelhança da analogia do drama, uma forma de analogia da performance. Com referências interdisciplinares vindas da teoria teatral e da arte da performance, busca-se explorar contribuições da noção de performance para a produção antropológica. Para tal, realizou-se uma análise da etnoficção de Rouch A Pirâmide Humana, entendida como um acontecimento. Essa escolha deu-se em função das características que o aproximam da noção de performance, da produção de presença, de uma experiência compartilhada. Ao assumir-se como um acontecimento “real”, crônica de um grupo de amigos inter-racial, formado na criação cênica conjunta, o filme se mostra transformador da vida daqueles que dele participaram. Assim, a noção de performance vinda das artes corporais pode ser entendida como um procedimento metodológico utilizado por Rouch. Contudo, ao se olhar para o filme como uma performance, para além do próprio discurso que ele enuncia, outros elementos se destacam. A proibição de sua circulação em países africanos até meados dos 1990 é um desses elementos, que adquire maior relevância nessa metáfora conceitual. Os caminhos encontrados, ainda preliminares, expõem o tensionamento das fronteiras entre arte, antropologia e sociedade, permitindo observar os agenciamentos produzidos em redor de um projeto de pesquisa antropológica. 

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Teatro Goiano em imagens: o olhar de Cici Pinheiro

28/01/2010 Comentários desativados

Belisa Monteiro Dias Ferreira
bacharel em jornalismo
graduanda em artes cênicas
Universidade Federal de Goiás

 

resumo A teatróloga Cici Pinheiro, atriz fundamental na história do teatro goiano, desenvolveu 40 anos de trabalhos como atriz, produtora e diretora realizando atividades pioneiras no teatro, rádio, televisão e cinema em Goiânia e em São Paulo. A carreira da teatróloga inicia-se em 1949, na peça Vila Rica, de R. Magalhães Júnior, da Agremiação Goiana de Teatro(AGT) e termina em 1989, com a encenação de Gimba, Presidente dos Valentes de Gianfrancesco Guarnieri, no Teatro Goiânia. Cici foi pioneira no teatro goiano ao lado de Otavinho Arantes e João Bênnio, assim como trabalhou junto ao Teatro Brasileiro de Comédia, em São Paulo e o importante Teatro de Arena. A atriz guardou em seu arquivo recortes de jornais, fotos, folhetos de peças, fitas de áudio e vídeo, além da trilha sonora da peça Gimba, última peça que dirigiu nos palcos goianos. Através de recorte semiótico, a pesquisa visa um estudo das imagens e da representação do teatro goiano, reconstruindo e analisando as peças apresentadas por Cici Pinheiro, entre elas Deslumbramento(1954) e Gimba (1989). Na pesquisa foi traçado um quadro cronológico dos trabalhos realizados pela atriz. Este trabalho é parte da pesquisa do Núcleo Máskara de Pesquisa do Espetáculo e da Rede Goiana de Performances Culturais, apoiado pela FAPEG.

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Máscara Neutra: devires e virtualizações

28/01/2010 Comentários desativados

Rodrigo Cardoso Scalari
mestrando em artes
Programa de Pós-graduação em Artes | Universidade Estadual de Campinas

resumo Realizo aqui uma reflexão sobre possíveis relações que o trabalho da Máscara Neutra de Jacques Lecoq pode estabelecer com os conceitos de Virtual e Devir nas acepções dadas por Pierre Levy e Gilles Deleuze. A fim de exercer tais ligações, utilizo de minha experiência pragmática com a técnica, dos escritos de Jacques Lecoq, de escritos sobre a técnica e dos conceitos dos filósofos já referidos. Sob a máscara neutra, o ator é convidado a entrar numa zona de despersonalização onde não só caracteres de sua individualidade como sua própria humanidade antropomórfica devem virtualmente desaparecer para dar vazão a devires não humanos. O corpo do ator transmuta-se em corpo-mar, corpo-vento, corpo-adeus, tendo sua humanidade atual rodeada por virtuais que concretizam imagens-sensações naqueles que observam o ator. Este artigo está relacionado com parte da pesquisa de mestrado deste autor, em andamento no Programa de Pós-graduação em Artes da Unicamp sob orientação do Prof. Dr. Matteo Bonfitto.

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