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Archive for the ‘sessão 1’ Category

A criação do roteiro na performance do jogo teatral antropológico

28/01/2010 Comentários desativados

Iremar Maciel de Brito
doutor em Letras
Escola de Teatro | UNIRIO
Instuto de Letras | Universidade Estadual do Rio de Janeiro

resumo A criação de roteiros para performances teatrais tem sido um dos objetos da nossa pesquisa sobre o jogo teatral nos cursos de Graduação e Pós-Graduação da Escola de Teatro da UNIRIO. São performances de caráter antropológico, que discutem os personagens em suas relações humanas e sociais, através de jogos teatrais. A nossa proposta, portanto, pretende ser mais um caminho, entre outros, de criação de roteiros para a realização jogos teatrais performáticos, buscando discutir o homem e suas relações com o mundo. Neste trabalho, adaptamos ao jogo teatral o sistema universal da narrativa (sistema quinário), teorizado a partir de Propp, Todorov e Greimas, entre outros. O sistema quinário estabelece os cinco pontos básicos de qualquer sequência narrativa tradicional: 1) Situação inicial; 2) Força desequilibradora ou primeira peripécia; 3) Desenvolvimento; 4) Força equilibradora ou segunda peripécia); 5) Estado final. Entretanto, na nossa adaptação desse sistema para roteiros de performances antropológicas, trabalhamos com a desconstrução da tradicional sequência lógico-temporal, na busca de inusitadas possibilidades de seqüenciar um acontecimento ou uma história.

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Primeira dama ou coadjuvante? A antropologia da performance entre o palco e a coxia

28/01/2010 Comentários desativados

Cauê Krüger
mestre em antropologia social
NUARP | Universidade Federal do Paraná

resumo O conceito de performance tem sido cada vez mais utilizado pela teoria social contemporânea a medida em que Antropologia da Performance tem ganhado espaço e legitimidade no ambiente acadêmico. Apesar da definição de performance não ser consensual, a grande maioria das conceituações destaca a característica de um tipo particular de evento, mais destacado, estereotipado ou estilizado do que o fluxo da vida cotidiana. Desde as noções inaugurais de William Jansen, os eventos artísticos de John Cage, as noções de frame em Gregory Bateson e Erving Goffman, ou as contribuições de Victor Turner e seus seguidores, esta qualidade destacada da performance sempre esteve presente.

Heinich (2008) enumera três fases do processo de institucionalização da Sociologia da Arte, a primeira com ênfase no objeto, a segunda no contexto e a terceira como sendo uma inter-relação entre as abordagens. De forma semelhante, a antropologia da performance atualmente parece oscilar entre abordagens descontextualizadas e mecânicas que se contentam em analisar o fenômeno cênico e abordagens estritamente contextuais, que acabam relegando a performance para segundo plano. O presente artigo se propõe a uma reflexão teórica e metodológica sobre tal embate entre a performance e seu contexto, dando ênfase ao encaminhamento de descontextualização e recontextualização (Bauman; Briggs, 1990), bem como a dimensão da experiência (Turner, 1986) que permitem bem relacionar as manifestações expressivas e o mundo social.

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Lev S. Vygotsky (1896 – 1934) e o Teatro: Revelações

28/01/2010 Comentários desativados

Edlúcia Robélia Oliveira de Barros
graduada em pedagogia
graduanda em artes cênicas
Rede Goiana de Pesquisa Performances Culturais

resumo Este artigo apresenta os primeiros resultados do projeto de pesquisa em andamento, que tem como objeto os estudos do teatrólogo e psicólogo Lev S. Vygotsky (1896 – 1934), sobre a articulação do pensamento e da linguagem, que aborda, dentre outras, a questão relativa ao pensamento que se elabora por trás das palavras faladas ou do subtexto, presentes nas atividades humanas, algo que, segundo o autor, havia sido sistematizado anteriormente pelo teatrólogo Constantin Stanislavski (1865-1938), no seu trabalho com atores.

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O ato-ação da performação

28/01/2010 Comentários desativados

Larissa Ferreira
mestranda em artes
bolsista Capes
Universidade de Brasília

resumo Colocar em discussão os conceitos que definem a arte da performance é colocar-se em espaço de risco. Risco que presentifica-se no corpo daquele que a faz, mas também em sua prática de pensamento. Refletir sobre a performance-pensamento é colocar-se em espaço performático, arriscar-se em espaços que a primeira vista parecem improváveis, mas logo tornam-se possíveis pela potência carregada nos gestos. É partindo do universo do possível, e, portanto, virtual, por ser múltiplo em sua possibilidade de atualizar-se, que reclamamos por uma atualização do termo “performance”, a partir de uma re-apropriação brasileira. Debruçamo-nos sobre o corpo desta arte, a fim de formular termos-invenções que a enfatizem enquanto potência em devir. Esse trabalho constitui-se como documento inventivo, ao evocar os conceitos: performação, ato-ação e corpo em obra.

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O público [em]cena e a subversão do “espetáculo”

28/01/2010 Comentários desativados

Margarida Gandara Rauen
doutora em dramaturgia e encenação
Departamento de Arte-Educação | Universidade Estadual do Centro-Oeste

resumo A subversão do espetáculo-mercadoria foi sistematicamente praticada pelos situacionistas, numa relação direta com Guy Debord em seu livro A Sociedade do Espetáculo (1967). Consideradas as críticas feitas a Debord durante mais de quarenta anos de recepção de seus escritos, é paradoxal observar, nas artes cênicas, o atual fortalecimento de suas idéias, com o crescente interesse de performers e coletivos na inclusão do público como agente compositor da cena em eventos interativos. Analisados como ritual por Richard Schechner, cujo pensamento, na área de Artes no Brasil, se expandiu com Renato Cohen, essas práticas de performance e live-art sugerem tanto a rejeição radical da arte mercadoria, até as ações telemáticas que provocam movimentos de massa em vários países, simultaneamente. A Estética Relacional, proposta por Nicolas Bourriaud (Trad. Denise Bottmann, Martins, 2009) é uma das mais recentes abordagens da arte interativa. O objetivo de minha comunicação é considerar diferentes procedimentos e entendimentos de interatividade em eventos cênicos nos quais pessoas do público tornam-se agentes compositores no tempo real da cena. O trabalho é ilustrado com as práticas de artistas e coletivos diversos, incluindo processos criativos expostos no livro A interatividade, o controle da cena e o público como agente compositor, por mim organizado (EDUFBA, 2009).

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Rituais cotidianos no treinamento do ator: diálogos possíveis entre a metodologia de improvisação de Jean-Pierre Ryngaert e os estudos enunciativos do Círculo de Bakhtin

28/01/2010 Comentários desativados

Jean Carlos Gonçalves
doutorando em educação
Universidade Federal do Paraná

resumo Esse estudo analisa o discurso do teatrólogo Jean-Pierre Ryngaert sobre o ensino da improvisação, a partir do texto A pequena Música dos Rituais, no qual o autor relata algumas vivências em que utiliza os rituais cotidianos no treinamento do ator. A análise visa possibilitar um diálogo com os estudos do Círculo de Bakhtin, contribuindo para o campo das artes do espetáculo por meio de uma reflexão teórica advinda de discursos sobre a prática. Os primeiros olhares apontam para a improvisação teatral como um processo dialógico, que proporciona ao ator a liberdade criativa da autoria, pois no ato improvisado ele é o autor de seu próprio texto, de sua corporeidade e da cena. Quanto aos rituais cotidianos, Ryngaert defende a observação como ponto de partida para a criação, da mesma maneira que Bakhtin fala da identidade do ser constituída na relação com o outro. Por meio dos tantos diálogos possíveis entre os estudos teóricos e práticos, ainda urge refletir sobre o uso dos rituais como um jogo múltiplo de sentidos, que traz o detalhe e a minúcia para o foco da cena, como sinaliza Ryngaert, do mesmo modo que o Círculo de Bakhtin se refere às alterações minúsculas do ser como responsáveis pelo curso das situações comunicativas e das relações entre os sujeitos participantes de uma interação, que no caso analisado nesse estudo, é o ambiente de treinamento do ator.

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