O Espelho do Outro: o cinema, o espectador e as relações de alteridade na Trilogia das Cores de Krzystof Kieslowski
Bruna Nunes da Costa Triana
graduanda em ciências sociais
Universidade Estadual de Londrina
resumo Partindo da observação de Geertz de que a arte é um componente essencial da vida, e adotando o cinema como campo de pesquisa, passível de observação e interpretação, o objetivo deste trabalho é analisar a especificidade da relação entre cinema e sociedade, pensando os filmes como produtos culturais que criam, constroem e fazem circular representações, traços culturais, valores. Para isso, pressupomos, como Souriau, que as imagens projetadas acompanham o espectador mesmo depois que o filme acaba, marcando-o em lembraças e modelando seu comportamento, seus gestos e suas idéias. Deste modo, tomando o cinema, sobretudo, como uma arte do espetáculo, buscamos refletir acerca do alcance global das imagens cinematográficas, seus mecanismos de produção, circulação e consumo como mercadorias visuais; preocupando-nos, como Walter Benjamin, com a experiência, com a arte de contar e de transmitir conhecimentos, uma vez que os filmes se transformaram nos grandes veículos de construção e divulgação de imaginários, conceitos, valores e significados. Portanto, nossa abordagem privilegia a Antropologia para analisar a experiência cinematográfica, tentando perceber, como o fez Morin, de que forma o cinema, e em particular os três filmes da Trilogia das Cores de Krzystof Kieslowski, através dos processos de projeção-identificação dos espectadores com as imagens, narra e constrói a imagem do Outro e, ainda, quais as relações de alteridade que ele engendra com o Outro e com o mundo.
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