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Posts Tagged ‘antropologia da performance’

Primeira dama ou coadjuvante? A antropologia da performance entre o palco e a coxia

28/01/2010 Comentários desativados

Cauê Krüger
mestre em antropologia social
NUARP | Universidade Federal do Paraná

resumo O conceito de performance tem sido cada vez mais utilizado pela teoria social contemporânea a medida em que Antropologia da Performance tem ganhado espaço e legitimidade no ambiente acadêmico. Apesar da definição de performance não ser consensual, a grande maioria das conceituações destaca a característica de um tipo particular de evento, mais destacado, estereotipado ou estilizado do que o fluxo da vida cotidiana. Desde as noções inaugurais de William Jansen, os eventos artísticos de John Cage, as noções de frame em Gregory Bateson e Erving Goffman, ou as contribuições de Victor Turner e seus seguidores, esta qualidade destacada da performance sempre esteve presente.

Heinich (2008) enumera três fases do processo de institucionalização da Sociologia da Arte, a primeira com ênfase no objeto, a segunda no contexto e a terceira como sendo uma inter-relação entre as abordagens. De forma semelhante, a antropologia da performance atualmente parece oscilar entre abordagens descontextualizadas e mecânicas que se contentam em analisar o fenômeno cênico e abordagens estritamente contextuais, que acabam relegando a performance para segundo plano. O presente artigo se propõe a uma reflexão teórica e metodológica sobre tal embate entre a performance e seu contexto, dando ênfase ao encaminhamento de descontextualização e recontextualização (Bauman; Briggs, 1990), bem como a dimensão da experiência (Turner, 1986) que permitem bem relacionar as manifestações expressivas e o mundo social.

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Da ênfase do conteúdo para o modo de expressar os eventos etnográficos: as contribuições da Antropologia da performance para pensar o retorno dos emigrantes nordestinos às festividades juninas

28/01/2010 Comentários desativados

Greilson José de Lima
doutorando em antropologia
Universidade Estadual da Paraíba

resumo O presente trabalho busca discutir as contribuições teóricas e metodológicas da antropologia da performance para compreender os eventos etnográficas, nesse caso o retorno dos emigrantes nordestinos as festividades nas localidades de origem. No decorrer da análise, vou priorizar os desdobramentos teóricos e interfaces disciplinares que fomentaram o surgimento do paradigma conceitual da antropologia da performance e as reflexões do valor analítico do conceito de performance. A medita que a noção de performance senha sendo apresentada, serão colocados as inquietações teóricas a que ela pretende contrapor e o que propõe, seus diálogos e divergências. E de uma forma mais geral, os argumentos seguiram em torno da passagem da ênfase no conteúdo predominante nos estudos clássicos sobre rituais para a preocupação voltada para o modo de expressar a mensagem, própria da análise performática. Deste modo, contribuições teóricas clássicas sobre ritual, de autores como Durkheim, Van Gennep, Gluckman, Leach, Gregory Bateson e Turner serão analisadas em diálogo com os modelos explicativos particular a antropologia da performance (apontado por Turner, Schechner, Goffman, Geertz, Bauman, Dawsey e Langdon) ressaltando as particularidades teóricas do paradigma da antropologia da performance e questionamentos metodológicos que foi possível verificar a partir das experiências em campo e as formas de documentá-las, junto aos migrantes estudados.

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Música e oralidade, estética e ética: as cantigas no ritual e performance da capoeira angola

28/01/2010 Comentários desativados

Rosa Maria Araújo Simões
doutora em ciências sociais
Departamento de Artes e Representação Gráfica | Universidade Paulista “Júlio de Mesquita Filho”

resumo A música na capoeira angola é uma linguagem que organiza os códigos de conduta, orientando, por sua vez, as atitudes dos (as) capoeiras no ritual da roda. Há uma hierarquia na disposição dos instrumentos musicais e de seus respectivos tocadores. Dos três berimbaus existentes numa roda de capoeira angola, o berimbau “berra-boi”, que possui o som mais grave, está no ápice da hierarquia e é geralmente tocado pelo mestre (guardião) ou alguém mais próximo do mestre, levando em consideração a hierarquia (com o sentido de mais experiência e sabedoria) na capoeira; em seguida, temos o berimbau “médio”, que tem o som médio e, o viola com o som mais agudo. Além dos três berimbaus, também compõem a bateria, um ou dois pandeiros, um reco-reco, um agogô e um atabaque. A mesma hierarquia vale para o canto, ou seja, o mestre também será o cantador da ladainha – canto de entrada, dos corridos e comandará todo o processo ritual. Sob a perspectiva da antropologia da performance foi realizada uma etnografia com grupos de capoeira angola em Salvador – Bahia e em São Paulo (sobretudo com o Centro Esportivo de Capoeira Angola – Academia de João Pequeno de Pastinha sob direção de Mestre Pé de Chumbo), com o objetivo de analisar tradicionais cantigas de capoeira, com especial enfoque nas ladainhas. Vale destacar que quando uma ladainha é cantada, dois jogadores se encontram no “pé-do-berimbau” para “ouvir o ensinamento”, momento em que é possível delinear o jogo que irá acontecer.

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A performance da música regional no triângulo mineiro

28/01/2010 Comentários desativados

Márcio Bonesso
mestre em ciências sociais
Instituto Federal de Educação e Tecnologia do Triângulo Mineiro

resumo O objetivo da comunicação é avaliar a performance da música regional no Triângulo Mineiro. Interpretada sobre o aspecto conceitual do pensar e fazer musical (Cirino 2009) as criações e execuções das estruturas musicais e dos processos rituais dos artistas regionais, apesar de variarem bastante, tem em comum quatro aspectos: 1) se contrapor aos estilos da música sertaneja vinculada aos grandes meios de comunicação de massa, já que as cidades de Uberlândia e Uberaba (juntamente com Goiânia) são consideradas cidades que “respiram” a música sertaneja no Brasil; 2) vincular suas produções estéticas as duas “principais” manifestações populares da região: os grupos de folias de reis e os ternos de congos, moçambiques, catupês, marujos, vilões – grupos ligados as Irmandades de negros; 3) valorizar uma formação instrumental que priorize a viola caipira (folias de reis) e os tambores (congado) excluindo outros instrumentos considerados modernos; 4) incorporar nas suas criações musicais estruturas harmônicas, melódicas e rítmicas das manifestações populares regionais (células rítmicas do congado; melodias e harmonias das folias de reis) e da música caipira as variedades de afinações e de ritmos/harmonias. O trabalho visa compreender nesses quatro aspectos do pensar e fazer musical como são as configurações nas formas expressivas de executar, interpretar, compor e improvisar dos artistas: Pena Branca & Xavantinho, Orquestra de Viola do Cerrado, Trem das Gerais, Luiz Salgado e EmCantar.

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