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Posts Tagged ‘espetáculo’

A teatralização das práticas corporais indígenas na contemporaneidade

28/01/2010 Comentários desativados

Arthur Almeida
doutorando em sociologia
Universidade de Brasília

 

resumo Com a intenção de contribuir com o conhecimento sobre o corpo, pretende-se construir uma leitura das práticas corporais indígenas – jogos e brincadeiras – como rituais na contemporaneidade. A compreensão que se adquire, a partir de autores como: Goffman, Tambiah, Taylor, Cavalcanti, Canclini e Bourdieu, é a de que no atual momento histórico o patrimônio cultural imaterial destes povos tem se constituído em ação performática no sentido de proporcionar uma intervenção estética e política no processo de interação com a sociedade não-indígena. Os fatos empíricos que serviram como fonte de observação das práticas corporais foram a IX e a X edições dos Jogos dos Povos Indígenas realizadas nos anos de 2007 e 2009, respectivamente. As práticas corporais apresentadas durante os eventos constituem um conjunto de expressões que são historicamente construídas e reconstruídas. Entende-se que a interação social fomenta relações onde os símbolos são criados, interpretados, compartilhados e alterados conforme interesses dos agentes envolvidos. Almeja-se, portanto, compreender como se dá a relação entre a ação de teatralizar o conjunto de manifestações corporais indígenas com o discurso político de seus agentes em um contexto interétnico. Tem-se como pressuposto a existência da ressignificação das práticas corporais indígenas à medida que o sentido/significado moderno de espetacularização se faz presente nos Jogos dos Povos Indígenas, engendrando diferentes formas de representação do mundo.

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Um espetáculo de violência na ponta do dedo: cortes e recortes de um gesto performático

28/01/2010 Comentários desativados

Scott Head
doutor em antropologia
GESTO | Universidade Federal de Santa Catarina

resumo No trabalho proposto, pretendo lidar com um sutil gesto performático que sintetiza o que antes era tido como um vasto espetáculo de violência. Este gesto, que se realiza no jogo ritualizado e luta dançada hoje conhecida como Capoeira Angola, sensivelmente reconecta o jogo a imagens históricas das gangues de capoeiras que uma vez aterrorizavam os pedestres ‘respeitáveis’ nas ruas da cidade do Rio de Janeiro: no caso, o gesto de cortar o pescoço do adversário com a ponta do dedo, como se fosse uma navalha – a arma preferida dos temidos capoeiras do passado. Fazendo uso da distinção de Diana Taylor (2003) entre ‘repertório’ e ‘arquivo’, ressalto a importância da forma sensível tomada por atos de rememoração, sejam estes gestuais, narrados, escritos e/ou imagéticos. No caso, longe de tratar o arquivo histórico como oferecendo uma representação mais ‘fiel’ à realidade histórica referida pelo gesto do corte no jogo da capoeira, trato ambos como formas distintas de apresentar, reinventar, e questionar a própria ‘realidade’ da violência (física e/ou simbólica) sendo retratada. Ao justapor ‘imagens’ do arquivo escrito com outras do repertório gestual da capoeira, busco ressaltar a ambivalência contida nas frestas entre corpo e signo, entre um ato lúdico e um espetáculo da violência, e entre a materialização performática de um certo imaginário social e a figuração ‘imagética’ da própria história.

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A estética dos contrastes no carnaval das escolas de samba: a continuidade no espetáculo da mudança

28/01/2010 Comentários desativados

Renata de Sá Gonçalves
doutora em antropologia cultural
bolsista PRODOC/Capes
Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia | Universidade Federal do Rio de Janeiro

resumo Mestre-sala e porta-bandeira, únicos qualificados a portarem o maior símbolo de uma escola de samba, exaltam a imagem de um casal de nobres bailando um minueto. No solo ritual em que carros alegóricos, alas, bateria evoluem linearmente, uma conotação estética específica do casal, que gira com a bandeira, engendra interações de respeito, modos nobres e tradicionais de se comunicar e de se relacionar. Para a análise dessa performance, usarei a idéia dos contrastes e dos interstícios presentes na dança do casal em relação ao próprio idioma do desfile carnavalesco. No plano da temporalidade, pretendo demonstrar como a atuação do mestre-sala e da porta-bandeira propõe uma conversa entre diferentes modos de temporalidade e problematiza ritualmente a própria idéia da duração de uma tradição. Cabe investigar nos sentidos dados pela performance do casal o lugar crítico e surpreendente desse elemento de permanência. Os níveis de significação da passagem do tempo promovem a reflexão sobre o risco da existência da escola e, por isso, a cada ano, é necessário “defender a sua bandeira”. Tal defesa não se faz de modo agressivo, mas de maneira bela e emocionante, aquela que ao longo dos carnavais produziu uma “criatividade conservadora”.

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Bossa Nova entre as primeiras apresentações no Brasil e o espetáculo do Carnegie Hall (1958 – 1962). Performance e redimensionamento cultural

28/01/2010 Comentários desativados

Vicente Saul Moreira dos Santos
doutorando em história social
Programa de Pós-Graduação em História, Política e Bens Culturais | CPDOC-Fundação Getúlio Vargas

resumo O marco inaugural da Bossa Nova foi o disco de João Gilberto lançado em 1958. Em torno desse movimento musical se reuniram músicos e intérpretes de várias regiões do Brasil, tendo a cidade do Rio de Janeiro como um dos principais pontos de encontro e palco de projeção desse meio musical. O interesse e a repercussão reuniram público desde as primeiras apresentações na Zona Sul carioca e em São Paulo até o show promovido no Carnegie Hall em Nova Iorque, em 1962. Esta apresentação foi um importante marco de divulgação do gênero, ao projetar internacionalmente a música brasileira e marcar a carreira de vários artistas que nos anos seguintes construíram trajetória artística no exterior.

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